As noticias sobre a descoberta de Marshall correram rápido por todo o país. Em 1850, mais de 75.000 esperançosos viajaram por terra para a Califórnia, e outros 40.000 por mar. Quer por carroça, quer por barco, a viagem era árdua, enquanto os aventureiros deixavam amigos e familia para trás, em busca de vasta fortuna. E quando finalmente chegavam a São Francisco, as minas de ouro mais próximas ficavam a 240 km. Apesar disso, muitos desses aventureiros destemidos montavam bravamente seus acampamentos e começavam a cavar.
Ao chegarem aos seus mais variados destinos, os exploradores aprendiam rapidamente que nem tudo que parecia ser ouro realmente o era. Leitos de rios e minas nas rochas podiam estar cheios de pedrinhas douradas que não possuia qualquer valor. Esse " ouro de tolo " era pirita de ferro; e os mineradores tinham de ser hábeis em distingui-la do ouro verdadeiro. A sua vida dependia disso.
Os mineradores mais experientes percebiam a diferença apenas olhando para a rocha. Mas, em alguns casos, a distinção não ficava muito evidente. Por isso, eles desenvolveram testes para discernir o genuíno do falso. Um dos testes envolvia morder a pepita em questão. O ouro verdadeiro é mais macio do que o dente humano, enquanto o ouro de tolo é mais duro; um dente quebrado significava que o explorador tinha de continuar cavando. Um segundo teste envolvia raspar a pepita em um pedaço de pedra branca, como cerâmica. O verdadeiro ouro deixa um risco amarelo, enquanto o resíduo deixado pelo ouro de tolo é preto-esverdeado. Em qualquer dos casos, o minerador confiava nos testes para autenticar o seu achado - tanto a sua fortuna quanto o seu futuro dependiam dos resultados.
No que se refere à doutrina, a Igreja de hoje está numa posição semelhanto à dos que buscavam o ouro da Califórnia, em 1850. Riquezas espirituais são prometidas em todo canto. Novos programas, novas filosofias e ministérios para-eclesiásticos - cada um deles brilha um pouco mais do que o anterior, prometendo resultados melhores e retornos maiores. Todavia, assim como ocorria na metade do século XIX, o fato de que estão brilhando não significa que são bons. Os crentes precisam ser igualmente cautelosos quanto ao " ouro de tolo ". Não devemos aceitar as novas tendências ( ou as velhas tradições ) sem antes testa-las para verificar se têm a aprovação de Deus. Se falharem no teste, devemos rejeita-las e alertar os outros. Mas, se passarem no teste de fidelidade à Palavra de Deus, então, podemos aceita-las e defende-las com sinceridade.
Os mineradores da Califórnia só gritavam " Eureca ! " quando encontravam ouro verdadeiro. Como cristãos devemos ter o cuidado de fazer o mesmo.
( Extraido do livro : Ouro de Tolo ? )